segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Silencio e Thiago, em Caminhos da Escuridão

Bom, meus leitores, venho hoje aqui pra relatar minhas experiências em uma clínica de reabilitação. Como poucos de vocês sabem passei uma parte da minha adolescência envolvido com alguns tipos de drogas, álcool, cigarro, sexo e muito rock n'roll, o que pra muitos é uma vida de felicidade e diversão.Para mim no entanto, levou a caminhos que talvez eu nunca tenha necessitado ir, mas que segui por cegueira ou procura. Talvez até mesmo em busca da minha própria Iluminação, como eu gostava de chamar na época.
Neste período da minha vida, pensava estar vivendo plenamente minha juventude, aproveitando ao máximo, de certo modo realmente estava, mas apesar da beleza da minha vida de trevas para alguns que caminhavam comigo naquela época, meu corpo foi sendo destruído e cada dia que me olhava no espelho eu era alguém totalmente diferente daquele que saiu de casa para festa no dia anterior, isso eu chamava de Iluminação, sendo que na realidade eu só estava ficando cada dia mais doente e fraco. Apesar disso, violento e cada dia mais frio com relação as pessoas que realmente importavam na minha vida, como minha família, namorada e meus verdadeiros amigos. Cada dia que passava eu me tornava mais pálido, extremamente mais magro, com uma tosse constante que por alguns momentos fez eu cuspir meu próprio sangue, quase não comia ou bebia algo que não fosse alcoólico, com meu quarto sempre trancado eu acordava [quando conseguia dormir], cheirando cocaína no criado mudo, tomando um copo de algo alcoólico que guardava no armário, enquanto acendia o último cigarro da carteira. Eu fazia isso todos os dias, apesar das noites nunca serem uma rotina e cada vez mais me levarem para mais loucuras; Meus dias eram praticamente todos iguais, depois do ritual de acordar eu jogava um pouco de cocaína em um baseado e fumava enquanto tomava banho, nesse momento eu tentava pensar nos meus pais que estavam no andar de baixo desesperados pensando porque eu não atendia a porta antes das 16 horas da tarde, eu ria deles. Eu acordava tarde, pois a noite era longa e o pouco que sobrava da minha saúde tinha que estar 100% para aguentar tudo que viria, tanto drogas, álcool ou brigas.
Depois, eu colocava minhas roupas pretas lisas, meus sobretudo que eu nunca lavava, que tinha marcas de cigarro, álcool e coisas que eu prefiro nem comentar, pegava meu bastão e estava pronto para mais uma noite.
Nessa época, eu tinha uma garota, bonita, inteligente, blah blah blah, mas eu realmente não me importava com ela de verdade afinal, como se pode amar alguém quando não se ama nem a si mesmo? e Oxalá sabe o quanto ela tentou, talvez não com todas as forças, mas tentou estar comigo, vejo agora que esse foi o grande motivo de dar tudo errado entre mim e ela.Bom, talvez tenha outras coisas também. Mas as drogas realmente ajudaram a tudo acabar. Mas não importava eu estava constantemente anestesiado pelos químicos que pulsavam em minhas veias.
Tiveram outras depois dessa, mas todas terminaram pelo mesmo motivo, então não vale nem a pena comentar.
Um dia, como qualquer outro meu irmão bate a porta do meu quarto dizendo que meu pai está doente e que vamos ao hospital com ele. Sendo praticamente um ritual familiar ir ao hospital eu nem me preocupei. Levantei, coloquei a primeira roupa que vi, cheirei o último papelote de cocaína da minha vida e cheirei ele só até a metade! E saimos. Chegando na Clinica eu já sabia o que ia acontecer e no meu íntimo fui me preparando.
No consultorio do que depois seria meu psiquiatra, eu adimiti meu uso de drogas na frente da minha familia e fui internado no mesmo instante.

o resto eu conto mais tarde

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